terça-feira, 26 de abril de 2011

Monte Castelo - Renato Russo

Monte Castelo
      Renato Russo

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer.
É solitário andar por entre a gente.
É um não contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem.
Agora vejo em parte. Mas então veremos face a face.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Luís Vaz de Camões

Não é sem motivos que o Dia da Língua Portuguesa, em 10/06, é comemorado no mesmo dia em que  relembramos a morte de Luís de Camões que ocorreu em 10/06/1580.
Camões foi um mestre da Literatura de Língua Portuguesa e a sua beleza de suas palavras permanece séculos após a sua morte.
 
 
Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

José J. veiga

José J. Veiga nasceu no dia 2 de fevereiro de 1915, no Estado de Goiás, mais precisamente em um sítio entre as cidades de Corumbá e Pirenópolis. Veiga estudou humanidades no Liceu de Goiás. Com 20 anos de idade, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde realizou o curso jurídico na Faculdade Nacional de Direito. No ano de 1945, contratado pela BBC de Londres, José J. Veiga viajou à Inglaterra para, assim, trabalhar como comentarista e tradutor de programas para o português. Volta ao Brasil no ano de 1949 e retoma a profissão de jornalista, primeiramente trabalhando no jornal O Globo e, posteriormente, na Tribuna da Imprensa e Seleções do Reader’s Digest. Veiga estréia como escritor um pouco tarde, aos 44 anos, publicando contos no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil.           Em 1959, José J. Veiga foi ganhador do Prêmio Fábio Prado com seu livro de doze contos, Os cavalinhos de Platiplanto. Cabe mencionar, aqui, que o autor também foi ganhador, pelo conjunto de sua obra, da versão 1997 do Prêmio Machado de Assis, outorgado pela Academia Brasileira de Letras. (“Wikipedia, a enciclopédia livre”, disponível no site >http://pt.wikipedia.org/wiki/jos%c3%A9_j._veiga<).
           
O referido autor tem um número considerável de obras, dentre as quais pode-se citar: Os cavalinhos de Platiplanto (1959); A hora dos ruminantes (1966); A máquina extraviada (1967); Sombra dos reis barbudos (1972); Os pecados da tribo (1976); O professor burim e as quatro calamidades (1978); De jogos e festas (1980); Aquele mundo de Vasabarros (1982); Torvelinho dia e noite (1985); A casca da serpente (1989); Os melhores contos de J. J. Veiga (1989); O risonho cavalo do príncipe (1993); O relógio Belizário (1995); Tajá e Sua gente (1997) e Objetos turbelentos (1997). Vale lembrar também que José J. Veiga teve seus livros publicados nos Estados Unidos da América, Inglaterra, México, Espanha, Dinamarca, Suécia, Noruega e Portugal.
        
Por meio de seu trabalho, o autor foi considerado um estilista refinado, além de ter sido um grande contista brasileiro e um exímio tradutor do inglês. Sua obra foi chamada de “literatura fantástica”, apesar de o próprio autor nunca ter gostado desse enquadramento. A consagração do escritor e seu reconhecimento junto ao público vieram com as obras A hora dos ruminantes (1966) e Sombras de reis barbudos (1972), que tratam sobre a repressão político-social, lançadas na época da ditadura.
        
O lançamento de seus livros era sempre aguardado pelo público que, por sua vez, não era numeroso, mas seleto e cativo. (Tiro de letra, disponível no site >http://www.tirodeletra.com.br/critica_teoria/josej.veiga.htm). José J. Veiga veio a falecer no ano de 1999, no Rio de Janeiro, devido a um câncer no pâncreas e por motivos de complicações advindas de uma anemia.
Fonte: http://contosdobrasil.arteblog.com.br/227923/JOSE-J-VEIGA-BIOGRAFIA-E-BIBLIOGRAFIA