terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Sousândrade

Sousândrade (1833 - 1902) 



Joaquim de Souza Andrade (Alcântara MA 1832 - São Luís MA 1902). Poeta e professor. Realiza seus primeiros estudos em São Luís e, em 1853, viaja para Paris para fazer o curso de letras na Sorbonne. Seus biógrafos acreditam que também fez o curso de engenharia de minas na mesma universidade. Após conhecer vários países da Europa, retorna a São Luís e, em 1858, lança seu primeiro livro de poesia, Harpas Selvagens, no Rio de Janeiro. 


Em 1870 viaja pela Amazônia e pela América andina em barcos e por trilhas na selva. Na volta, acompanha sua filha aos Estados Unidos, onde faz questão que ela estude, por ser republicano convicto. Passa 14 anos em Nova York, e escreve para o jornal republicano O Novo Mundo, publicado em português por José Carlos Rodrigues (1844 - 1923). Ainda nos Estados Unidos, escreve e publica sua obra principal, O Guesa Errante. Volta a São Luís em 1886, dá aulas de grego e faz proselitismo republicano. Ganha fama de excêntrico, sua ruína financeira avança e é abandonado pela esposa e pela filha, vivendo de maneira cada vez mais precária, sendo considerado louco por boa parte da população de São Luís. Sua última aparição pública se dá em 1899, numa saudação ao romancista Coelho Neto (1864 - 1934), em visita à capital maranhense.

Para os parâmetros românticos, as poesias de Sousândrade são revolucionárias, pois demonstra preocupações com as questões sociais e, por esse motivo, aproxima-se da terceira geração romântica. Seus versos são repletos de um vocabulário diferenciado com termos indígenas, neologismos e palavras inglesas.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Ensaio sobre a cegueira - José Saramago

Uma cidade é devastada por uma epidemia instantânea de "cegueira branca". Face a este surto misterioso, os primeiros indivíduos a serem infectados são colocados pelas autoridades governamentais em quarentena, num hospital abandonado. Cada dia que passa aparecem mais pacientes, e esta recém-criada "sociedade de cegos" entra em colapso. Tudo piora quando um grupo de criminosos, mais poderoso fisicamente, se sobrepõe aos fracos, racionando-lhes a comida e cometendo actos horríveis. Há, porém, uma testemunha ocular a este pesadelo: uma mulher, cuja visão não foi afectada por esta praga, que acompanha o seu marido cego para o asilo. Ali, mantendo o seu segredo, ela guia sete desconhecidos que se tornam, na sua essência, numa família. Ela leva-os para fora da quarentena em direcção às ruas deprimentes da cidade, que viram todos os vestígios de uma civilização entrar em colapso. A viagem destes é plena de perigos, mas a mulher guia-os numa luta contra os piores desejos e fraquezas da raça humana, abrindo-lhes a porta para um novo mundo de esperança, onde a sua sobrevivência e redenção final reflectem a tenacidade do espírito humano.